Quinta (ou já seria sexta), Setembro 15 ou 16, 2005 (é tudo uma conspiração)

Conspiração

É tudo uma conspiração para meia dúzia de pessoas ganharem dinheiro. A começar pelo governo. Siga o trânsito do meu raciocínio, se é que eu tenho algum.

Por que quando estão fazendo alguma obra viária em uma das Marginais, por exemplo, a CET não bota uma placa pelo menos três quilômetros antes avisando que há uma pista interditada.

E quando há um acidente leve? Os policiais param os carros no meio da pista e mesmo depois da ocorrência já estar praticamente resolvida por que não botam em cima da calçada ou estacionam perto da guia como um cidadão comum? E por que até carro da Polícia Ambiental pára o tráfego para socorrer um motoboy quando já há três viaturas da Polícia Militar paradas no meio da Henrique Schaumann? Aliás, o que faz um carro da Polícia Ambiental estar no meio da capital paulista?

Será que não percebem que isto só prejudica a chegada de uma ambulância porque o trânsito pára de vez? E por que pára? Claro que não é somente pelos carros da polícia, mas também porque tem sempre o curioso. É impressionante a quantidade de gente que gosta de ver uma pessoa atropelada. E o que é pior: além de andar devagar para ver o cara estendido, ainda viram a cara logo depois de ver o corpo. “Putz, por que é que eu fui ver esta cena?”, a pessoa se pergunta, para no quilômetro seguinte parar novamente para acompanhar um outro atendimento do 193.

E sabe quem são estas pessoas que ajudam a contribuir para o trânsito ficar pior do que já é? Simples.

São todos ligados à indústria do petróleo e automotivo. Claro, porque quanto mais trânsito, mais combustível se consome. Quanto mais gente parada, mais o transporte coletivo fica lento, o que faz uma pessoa desejar cada vez mais um carro, porque vamos combinar: pior que ficar preso no trânsito no carro é ficar preso no trânsito dentro de um ônibus fechado em dia de chuva e com um sovaco colado na sua cara suada.

E por que então os nossos governantes carecas não tentam dar um jeito nisto? Sei lá, vai saber se não há postos de combustível que são doadores de campanha? E também porque eles não percebem isto. Quando nossos governantes andam por São Paulo ou estão de helicóptero ou com batedores motoqueiros que obrigam a passagem do carro do governo ou estão em Paris. Assim, até eu governo! Sem trânsito tudo fica mais fácil. O que não fica fácil é agüentar motoboy buzinando azedo, taxista ocupando duas faixas e as mocinhas que usam espelho retrovisor para ficar retocando maquiagem. Ah, claro. Estas são as filhas dos donos de combustível que pagam para o governo, que enchem os tanques dos carros particulares dos policiais, que dão descontos para os curiosos mórbidos... Só pode ser isto, ou então, as pessoas curtem mesmo pegar um trânsito e não me avisaram ou eu realmente estou completamente louco.

Muito bem, meu caro. Sua consulta termina por aqui. Pelo seu estado, você vai precisar ficar mais algumas semanas em nosso ambulatório psiquiátrico. Tome estes remedinhos que logo tudo passa. Calma, calma...

Quarta, Setembro 14, 2005

Poesia (quase) infantil ou O alho faz mal

O macaco comeu tanto alho
Que caiu do galho
E se espatifou na cabeça do pirralho
Que assustou-se e ficou como um espantalho
O pai, apavorado, botou o moleque no Palio
E saiu falando: eu não falho, eu não falho
Ih, deu merda, caralho!

Sunday, July 18, 2005

Quê?

- Hmmmm?
- Hein?
- Hum...
- Ahã.
- Mmmmmmmmm
- Humpf!

Sunday, July 17, 2005

Rabino católico em: Na rua da Graça

Meu nome é João Paulo Rabinovitchi. Sou um rabino católico, que curte um terreiro e adora ler Alan Kardec. Nasci em Assunción, no Paraguai, mas sou radicado em São Paulo. Minha função aqui nesta terra, neste mundo material, é fazer com que todos se entendam, nem que para isto eu precise chamar o Mossad ou o exército americano. Não tenho um escritório. Atendo apenas em domicílio e, sempre que preciso, levo encomendas aos clientes devido ao meu fácil acesso pela Ponte da Amizade. Para os serviços em casa, o pagamento é mais caro.

Hoje não é o caso. O caso é com uma paciente na rua da Graça, no coração do Bom Retiro. Casa aconchegante, com um belo sofá, mezuzá pendurada devidamente na batente do lado direito da porta. O cheiro que vem da cozinha é convidativo. O problema é que a residência é pouco iluminada.

- E quem é que prrecisa de tanta luz! É só abrir as janelas!.
Não discuto. Cliente tem sempre razão. A única coisa que peço é um pouco de uísque para esquentar a garganta.
- Qual? Qualquer um, minha senhora, menos paraguaio, que de paraguaio já basta eu...
- Sabe, minha filhinha também era paraguaio.
- Sei. Mas por que era? Ele já morreu?
- No. Estar bem viva. Mas ela no ligar mais para mim.
- Será que a senhora não está exagerando um pouco. Sabe como é....
- E além de no ligar, vive discorrdando de mim.
- Huuummmmmm.
- Gostarria de saber o que eu fiz para merrecer isto?
- Huuummmmmm.
- Por que minha filhinha no ligar mais para mim?
- Huuummmmmm.
- A senhor só sabe fazer huuummmmmm.
- Não, senhora. É que este guefil tefish que a senhora fez é muito bom.
- Enton, e nem comer mais em casa, ele come.
- Acho que ele está perdendo.
- Acha? Será que minha comida no agrradar mais a meu filhinha? Desde que casou, ele só dá atenção para aquela vagabundinha...
- Não diga assim, minha senhora.
- É isto mesmo. Sempre disse que ela no prrestar. Este garota faz a cabeça de minha filhinho. Oh, meu pequeninha filhinho....
- Não, não pode ser. Acredito que seu filho está com muito trabalho e...
- E desde quando ele não ter tempo para o própria mãe?
- Vou procurar falar com ele.
- Jurra?
- Sim, este é o meu trabalho. Procurar as soluções.
- Você farria isto por mim?
- Claro, né, mãe! Agora pára de fazer drama com tudo.

Meu nome é João Paulo Rabinovitchi. Sou um rabino católico, que curte um terreiro e adora ler Alan Kardec. E que tem uma lerrítima idishe mame em casa.

Saturday, July 09, 2005

Sara


Betinho, por favor, pára de correr pela casa que você vai fazer dodói.
Beto. Já pedi para que não corra pela casa.
Albertinho, você vai se machucar se continuar correndo pela casa.
Alberto! Eu não estou brincando!
Alberto Augusto, pára de correr pela casa, você tá surdo moleque?
Buuuum!
Aiêêêêêêêêêêêê
- Manhê, meu joeeeeeeeelho!
- Eu avisei

- Tá doendo!
- Quando casar, sara.
- Mas mãe, tá doeeeeendo!
- Quem mandou ficar correndo pela casa.
- Mas mãe, tá doendo!
- Quando casar, sara.
- E quando eu vou casar?
- Quando crescer e parar de correr pela casa.
- Mas mãe, tá doendo agora. Vou ter que agüentar até lá?
- Passa rápido!
- Mas mãe, quero que sare agora!
- Então fica quietinho no sofá.
- Mas mãe, se só vou sarar quando casar, como padre sara?
- Padre não fica correndo pela casa.

Sunday, July 03, 2005

Marca!

- Não deixa chutá, caralho! Não deixa, isto fecha, marca o dois subindo pelo segundo pau. O dois, caralho! Marca, marca, porra! Não deixa chutá, não deixa chutá... fudeu!
1 a 0!
- Toca, toca. Isto, agora vira o jogo, olha o Naldo correndo. Não, cacete, pela direita. Assim ferra tudo. Agora, volta! Volta, porra! Volta e marca. Não, caralho, marca o dois, isto, marca e não deixa chutá. Caralho, marca, porra, putaqueopariu, marca, acompanha o dois, acompanha o dois. Isto, marca, marca, não deixa chutá, não deixa chutá... fudeu!
2 a 0
- Putaqueopariu perder a bola logo na saída. Agora volta pra marcá. Acompanha, cacete. Faz a cagada e fica parado? Marca, marca, isto cada um em um. Marca, marca e não deixa chutá. Vamu, vamu, caralho! Corre, porra! Não deixa chutá, não deixa chutá... fudeu!
3 a 0

Ôh goleirão! Dá pra cê calá a boca e começá a pegá as bolas que os caras chutam!?

Saturday, July 02, 2005

Comunicado

A quem interessar possa, este blog é um exercício. Se tudo der certo (isto quer dizer que se eu nao esquecer da minha senha no blog ou de atualizar), publicarei semanalmente um texto novo

valeu

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